segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Batida assegurada


Bater o carro é sem dúvida um tédio. Aliás tédio não, é o tipo da coisa que não devia nem acontecer. Um saco mesmo.  Se for algo bestinha que só arranhou o para-choque, ok, você até deixa pra lá e conserta outra hora. Mas quando não da pra escapar de levar pra oficina é de matar.

E quando você bate fora do seu país? Tipo assim, numa viagem a América???  Putz, deve ser piorrrr!!!! Mas deixa que eu te diga que nem é tanto não! 


Por isso deixo aqui minha dica de viagem: NUNCA VIAJE SEM SEGURO NO CARRO ALUGADO.

Bem, estávamos nós numa época, digamos, de compras. Lá pro lado de  Miami. Eu e minha ex-sócia, pela primeira vez sem os respectivos fora do país, pegando um carro com GPS, alguns anos atrás. Nós não tínhamos assim tanta intimidade com aquele equipamento, e ao pegarmos o dito cujo passamos algum tempo ainda andando em círculos, ao redor do aeroporto.

Quando começamos a dominar, e pegar o jeito, o negocio andou. Confesso que estar na terra do tio Sam, com aquelas vias hiper-ultra-mega rápidas, não é pra qualquer motorista. He-He.

Já estávamos bem acostumadas com o transito e  dominando o estilo do tráfego de lá. Muitas entradas. Muitas saídas. Não erre nenhuma minha senhora, se não quiser dar uma voltona.

E lá nos encontrávamos saindo de uma loja. Minha companheira de compras dirigia. (eu já lhes falei no vicio que ela tinha por doces? Pois bem, viajava com um saco de chicletes e pirulitos dulcíssimos).  Vos falo isso, porque naquela hora abrimos um pirulito bem vermelhinho e redondinho, e estávamos chupando a toda o docinho.

Quando de repente:

(CRÁSSSSSSSS)

- !!!!??????? (Pensei)

Minha amiga me olhou.

- O que foi mulher??????

- Batemos  o carro! Disse ela. (detalhe pro batemos)

- Como?????? Esse solavanco foi uma batida????

- Foi!!!!!! E agora????? O que a gente faz????

(Bom, se estivéssemos no Brazil, ligaríamos pros maridos, que iriam ao local, que negociariam com o outro motorista, e que sem negociação, seria chamada a pericia e de repente até o juizado móvel). Ai falei:

- Bem, já que você fala inglês melhor do que eu, vai lá falar com o motorista do outro carro pra tentar descobrir como vamos fazer aqui.

E assim ela fez. Saiu do carro, foi e voltou:

- E ai?? Eu disse.

- Não entendi nada!!!!

- Como assim não entendeu??

- Nadaaaa! Não entendi  nada!!! E entrou batendo a porta do carro.

 E agora o que a gente faz?? Perguntava ela aperreada. Pensei em ligar pro seguro, e fui tentar achar a documentação.  Era ligar e se preparar pra coçar os bolsos com o valor da conta telefônica.

De repente a gente olha pra trás, e tem um caminhão Guincho enorme atrás da gente. (Será que já vao rebocar nosso o carro???) Não deu nem 5 minutos!!!!

Do lado de fora o “Negrão” gritava com os pulmões:

- Go there!!!!! Go there!!!!! Go there!!!! E apontava pro acostamento.

Minha amiga disse que a mulher no outro carro estava muito nervosa. E que ela estava preocupada. Queria voltar pra falar com ela quando de repente o seu marido aparece. Ao mesmo tempo, o rapaz do guincho só gritava pra gente tirar o carro dali. O senhor, marido da motorista, que falava russo (isso!!! Russo!!!! E por esse motivo não entendeu nada!!!) queria que a gente ficasse plantada ali. Até explicar que não estávamos fugindo...

Chega o carro da policia. Nos dirigimos pro acostamento, e agora sim, iriamos contar o acontecido.

- So, what happened here??  (então o que aconteceu aqui?).

O senhor desenhava com pedras no chão pra explicar a batida. Não falava uma vírgula de inglês. E Nós estávamos ali assumindo o sinistro. O policial foi ate bem razoável. Então recebemos uma multa pela “culpa”, que facilmente pagamos no saguão do hotel, com um simples envelope. Primeiro mundo é outra coisa.

Pra explicar e ser bem objetiva, lá seguro serve pra mim, segurada. Ponto.  Se o outro motorista tem, ótimo. Mas se não tem, problema dele. Aqui ficamos discutindo quem paga a franquia, no meio de uma avenida movimentada, atrapalhando o transito da cidade toda; formando quilômetros de engarrafamento. Sim para resolver o caso de duas pessoas. Dois motoristas. E o resto dos 1254 carros que se lasquem. Bem assim é o Brasil. Lá a preocupação é reestabelecer o transito, pelo bem da maioria. E o guincho veio, só pra garantir, pois nunca se sabe da gravidade da batida. Como já disse, primeiro mundo...

Resolvemos tudo ali na viatura. Rapidinho. Com o computador de bordo do policial e tudo mais.  Depois levamos o carro pra locadora que nos entregou outro carro i-gual-zi-nho, sem nem pestanejar. (Tá vendo a importância do seguro?).

E tudo isso, chupando pirulito!!!


Bjs

Sâmia 


  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário será muito útil!!!