segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Dilema da carne

Sempre tive/tenho vontade de parar de comer carne. E continuo comendo porque na verdade abstraio que aquilo que levo à boca é um pedaço de um animal. É mais contraditório ainda o fato de eu querer fazer gastronomia qualquer hora dessas. Sim porque terei que aprender a lidar com um monte de tipos de carnes, aves peixes...

 Essa semana  vinha pensando, enquanto dirigia,  em um filet  ao molho de queijos. Pensei tanto que cheguei a salivar. Até dobrar na esquina de um frigorífico e presenciar o  caminhão da entrega de carne com os defuntos  pendurados ali...  É quando me lembro que tenho que parar... Que sofrimento dos bichinhos... Me doe de verdade e parte o coração.

Frango hoje como praticamente dentro de uma empada ou coxinha., quando o produto não parece um bicho. Acho que por ter acompanhado o sacrifício de uma penada, quando fazia o colegial. Ver aquela bichinha ali morrendo doeu muito. Ainda lembro nitidamente daquele dia.

Não vejo diferença em parar de comer carne vermelha e passar a comer só peixe, ou só frango. Continuará sendo animal não é mesmo? Por isso quando acontecer sera de vez. Sem opções de troca.

Mas por que não consigo parar?

Sei que existem grandes opções nos cardápios vegetarianos.  Saladas que são maravilhosas.  Mas acredito que enquanto seres humanos colocarem pedaços de bichos dentro de latas, ficará mais difícil deixarmos esse hábito de lado. E continuaremos comprando os pedaços dos pobrezinhos como se fossem apenas ervilha enlatada.

Se é uma tradição, se somos bichos também, bichos que comem bichos, nos diferenciamos pela capacidade de pensar diferenciadamente, e de termos opções de decisão sobre escolhas que podem nos dar o mesmo grau de nutrição. Mas acho isso muito utópico.  Infelizmente.

É um desejo meu. Vamos ver ser consigo. Preciso decidir parar.



Sâmia





domingo, 29 de setembro de 2013

Gotinhas de remédio pra febre


Meu filhote já vai fazer dez anos. Uma década! Mas sempre será meu pequeno garoto... E me surpreende, pois  mesmo achando que esta crescendo e muitas vezes parecer “maduro” ainda solta umas pérolas...

Remédios lá em casa só ficaram fora do alcance de crianças  ate certa idade. Já quase um rapazinho e com tantas recomendações, os remédios ficam agora em uma gaveta na cozinha.

Há pouco tempo , quando em uma de  suas crises de garganta com direto a febre e tudo o mais, saí pra trabalhar controlando “de longe a temperatura”.  Com tantos a fazeres naquele dia, só lembrei  que a febre poderia ter subido quando cheguei em casa. Num pulo súbito gritei Yuri!!... “Meu filho como tá sua febre?? Vamos medir..” e tocando em sua testa vi que estava controlada. Um alívio pensei. Quando ele solta:

- Mamãe já tomei o remédio...

- Como assim Yuri? Tomou o remédio? Quem te deu?

- Eu!

Chega me deu um frio na espinha.

- Meu filho, pelo amor de deus quantas gotas você tomou?

 E ele desconfiado:

- Umas... umas  15...

Para a febre dele ser controlada, a dose seria de umas 25 gotas, e sabendo disso me tranquilizei.

- Yuri, ainda bem... Mas você NUNCA MAIS TOME REMÉDIO SOZINHO! Você pode ter uma intoxicação e bater no hospital!!!!!

O carão foi grande!! E tinha que ser pra não acontecer mais... Mas pra garantir, ainda me certifiquei do tanto colocado na colher. Como tinha passado já uma hora e ele estava bem, fiquei ok.

Quando de repente, arrependido, gritou do quarto dele:

- Eu não conteiiiiiiiiii!!!!!! Não contei as gotinhas!!!!!

A carinha de sofrimento era tanta, com medo de parar no hospital que tive uma crise de riso...

Nunca mais se atreveu a tomar nada sozinho.


(Lição numero 1: Precaução nunca é demais.
Lição numero 2: Apesar de estar crescendo, seu pequeno ainda é pequeno.
Lição numero 3:  De vez em quando é bom reperttirmos certas lições de novo).


Sâmia

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Reflexões Antes da meia noite

Trechos dos 3 filmes: o primeiro se passou em Viena, o segundo em Paris e o terceiro na Grécia.
Antes do Amanhecer. Antes do Pôr do sol. Antes da meia noite. Essa trilogia de filmes acompanhou alguma de nós CNMS. Hoje fui assistir com uma delas, o terceiro da sequencia. Os longas são filmados a cada nove/dez anos, com os mesmos atores Ethan Hawke e Julie Delpy.

No primeiro, Antes do amanhecer, Nós tínhamos vinte e poucos anos. Era década de 90. Tínhamos sonhos, ansiedade, paixão, grandes expectativas, esperança de um grande amor e um casamento. O filme trata da história de duas pessoas que se conhecem ao acaso, que tem extrema afinidade e que infelizmente por destino não podem ficar juntas. Não naquele momento. Se passa em Viena, e tem como pano de fundo essa cidade linda. Então saímos do cinema com a torcida pelo amor deles. Que aconteça, por favor, pois seria muita maldade não se concretizar... E nos projetamos ali.

A sequencia demorou nove anos pra ser filmada. Não sabíamos até então se teria continuação. O Antes do Por do sol veio em 2004. A historia do reencontro. O reencontro do amor que parou no tempo e esperou pra acontecer, agora em Paris. E que ao final, deixa no ar a esperança de ter continuado além dali.  O tempo no filme é igual ao da vida real, o tempo que Passou aqui também passou ali.

E finalmente, seguindo o mesmo preceito, é o Antes da meia noite. Passado também no mesmo intervalo daqui da “vida real”. Nove anos.  De 2004 pulamos para 2013. Lá e cá.
(melhor dialogo do filme)

O filme aborda a vida do casal agora juntos, com filhas gêmeas, seus trabalhos, os medos, os anseios, a vida aos 40... O amor que os uniu, o que os motivou, e os problemas que cercam a vida de um casal após anos de convivência. 

20.30.40. São os anos que fazem desse filme, algo especial. As mesmas expectativas do primeiro, aos vinte, o reencontro, quando aos trinta e agora, quando também estamos próximas ou na casa dos quarenta.  De todas as formas a abordagem foi a da época. O que sentimos nos filmes parafraseou a maturidade equivalente a cada época.

Aos  40, podemos ter problemas no casamento. Ou nos separamos. Ou nos separaremos. Ou Já teremos resolvido o caso e continuado com o companheiro. De qualquer forma a essa altura do campeonato, é quando se reflete por tudo ao redor. O que conseguimos, o que ainda não conseguimos, o que ainda queremos, o que não queremos mais. O que nos magoa e que não queremos que nos magoe mais.  O que mais gostamos, e o que realmente queremos continuar fazendo.  É o que realmente vale a pena pra nós, que vai nos nortear, com a melhor clarividência que alguém pode ter. Sabemos o que sentimos, e não o que os outros pensam que sentimos. Não cabe mais intromissão.

Quando o filme acabou, pensei em como ele nos leva a refletir. Cada conversa do casal, nos toma pra realidade que de alguma forma também é nossa. E olhei pra trás. Não haviam muitas pessoas na sala de cinema.  Vi que tinham 3 mulheres sentadas sozinhas. E também pensei no que o filme poderia ter tocado pra elas. Eram duas senhoras. A outra devia ter uns 30. Com certeza tocou.

Espero que façam o “Antes do meio dia”. Que deve ser lá pra perto dos nossos 50, em 2022. O que teremos e seremos daqui pra lá?

Bem, quando eu chegar eu conto.  E vamos vivendo.


Sâmia

domingo, 22 de setembro de 2013

Domingo sem empreguete

Todo fim de semana fico sem funcionária. Nem é preciso dizer que algumas tarefas domésticas, ficam assim, digamos, meio  acumuladas. Mas minha mãe é campeã em reclamação. Ela repete todo domingo o mesmo lenga lenga:

Mamãe: - Afff....

Mamãe:  --Olha Sâmia, tua privada não está limpa. A minha é um côco! Olha la!!! Vai ver!!! Faço questão!!!

(E passa pra cozinha, enquanto estou deitada no sofá).

Mamãe: - Aff...

Mamãe: - Quem inventou a cozinha foi o cão dos infernos!!!

Mamãe: - Já lavei um monte de Louça!

(E começa barulho de agua e pratos, e louças, e talheres...)

Mamãe: Arre égua!!!!! Minhas unhas vermelhas lindas! Tudo arrebentada!

Mamãe; - Aff !!! Rapaz tem uma sopa pooooooodre no fogão aqui!!!!! Poooodre!!!!!!  Tem que arrumar um saco pra botar ela fora...Só vou tirar porque ta fedendo muito!!!! Affff!!! Arg!!!!

Mamãe: - Teu filho pede pra por macarrão no prato. Ponho 4 tripinhas e ele devolve três!!!!

(Barulho de por no lixo)

Mamãe: - Quem inventou a cozinha foi o cão!!!

(mais barulho de água, de louça, de prato...)

Mamãe: - Não sei quem inventou comer...

Mamãe: - Aff!! Parece que dá cria !!!! Tanta louça!!!!

Mamãe:  - Devia ter uma rapariga pra lavar isso aqui!!!!!



Bom,  rapariga não tem, mas tem eu aqui pra gravar “tudim”!!!!!!

(Olha só como fica a arrumação dela:

 Definitivamente não nasceu pra cozinha!!!)

Sâmia

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Cliente de salão

Ter um salão é no mínimo um desafio. Somos heróis da resistência. Principalmente se você não é do “ramo”: Não sei cortar cabelo, colorir ou fazer mechas. Nem Penteado.  Recebi apenas o dom de maquiar, na qual o exerci por um curto espaço de  tempo (no salão digo, porque que pessoalmente a-do-ro). Fiz Work shop de cabeleireiros, cursos de aperfeiçoamento pra entender do negócio. Dai posso dizer que hoje “manjo” bem a coisa, só que não executo pessoalmente...    

Ao longo de 15 anos, o mercado mudou muito. Deixou de ser “amador”.  Lembro-me de no inicio as pessoas sentirem certo desprezo  quando eu falava que tinha um salão de beleza. Era como se fosse decadente, coisa pra desocupados. Eu tinha lá os meus vinte e poucos, recém formada e cara de “play”. A dona do ponto não botava fé que durasse 6 meses. Já estamos com 15...  Só que anos...

Debutamos esse ano com muito orgulho. Tenho mesmo um orgulho danado desse meu negócio. Não é fácil. Lidar com gente é difícil. E temos gente por todos os lados, pois meu “produto” fala, sente, reclama, tem dor de dente, engravida, falta a “prateleira”. E além de tudo, é meu próprio concorrente. E temos gente na frente, o principal, o cliente. Ele pode tudo. E pode falar tudo que pensa também, sem nem dar chance de me desculpar, caso alguma coisa tenha saído diferente do esperado. Alguma coisa lê-se: atendimento. E vamos que vamos!

O bom é quando você troca de lado. Ser o cliente. Certa vez em São Paulo, minha sócia disse que eu estava com “caspa”. Ui! Como assim?? Acho que era por causa do shampoo, creme, sei lá. Eu estava em pleno Bom Retiro, comprando pra loja. Imagina o “naipe” dos salões do lugar. Só que no desespero, eu queira lavar os cabelos, e não seria possível que um serviço básico desse, não fosse razoável. Pois bem, nossa representante nos levou a uns 5 salões ali perto. Sério. O povo bomba lá. Todos estavam comprometidos com hora marcada. Estou “esperando cliente” , falavam. Lá todo mundo marca hora e pronto. Até nos salões periféricos, digamos. Detalhe que não tinha ninguém nos salões, só o cabeleireiro e a manicure. Tudo bem. Fomos procurar alguém disponível.

No quinto lugar que chegamos finalmente a moça disse que me atendia. Pensei em comprar qualquer shampoo na farmácia e lavar no hotel pra resolver o problema, mas não sei o que me deu pra eu esperar ali. A moça que iria me atender estava lá fazendo o pé, com outra moça.  E eu esperava sentadinha, sem saber quem iria me atender. Depois de uns 25 minutos sentada,  perguntei: quem vai me atender?  E a dita que estava fazendo as unhas com o pé na bacia disse que seria ela. “Estou indo” disse.  De repente, a manicure levanta da cadeirinha, pega toda a água oriunda da lavagem do pé da cabeleireira, com cutículas e tudo mais e joga dentro do lavatório. O que???  Eu vi isso mesmo ???? Ela jogou a agua do pé lá onde eu vou lavar o cabelo??? E nem lavou as mãos, voltou estendendo a toalha no lavatório e perguntado: quem vai primeiro??? Olhei de lado pra minha sócia perguntando: Ela jogou mesmo a agua ali???? E começou a rir. E eu caí na gargalhada. Ri uns 5 minutos...

Minha sócia me empurrou pra mulher, e lá fui eu acredita??? Fui lavar meu cabelinho naquele lavatório chulezento!! Putz! Não disse nada. Nadinha. Fiquei quietinha, muda.  Paguei a escova e sai dali  horrorizada. Doida pra lavar o cabelo no hotel...

Mas o que aprendi naquele lugar, é que falta mesmo é educação sabe. Básico. Básico. Mínimo de higiene aprendida na infância...  E que tem cliente que não gosta do serviço, não volta e  não fala que não gostou. Fui assim lá naquele salãozinho.. Poderia ter dado um feed back não era? Ao menos dito pra lavar o lavatório com água quente...


Por favor, amigas e clientes, não deixem de me dizer algo que eu precise saber!!!

Beijinhos!

Sâmia


domingo, 15 de setembro de 2013

Diário de uma mãe banana

Não sei quanto a vocês. Mas tento não fazer da cartilha da boa educação um desespero. Tento. Não sei se consigo. A gente sabe que pra educar precisa estar presente, dar exemplo, porque a criança aprende com seu exemplo. E tentamos conciliar essa vida maluca com a educação do menino.

Depois de um dia de trabalho, com a cabeça a mil, mil projetos, mil ideias brotando, você chega em casa, janta e em seguida vai acompanhar a tarefa do pixoto. Sempre acompanhei desde pequeno suas tarefinhas. E como boas mães, fazemos isso com muito amor, não é mesmo?

Bem, às vezes. Porque da vontade de esganar quem teve a ideia de recortar uma foto não sei de que, fazer uma maquete não sei de que, uma outra pesquisa sei lá do que.  Justamente naquele dia em que o que você mais queira era chegar em casa e pronto. Banhinho e cama. Mas vamos às tarefas.

Todo dia leio a agenda. Vejo as anotações mandadas pelas professoras, com a letrinha do menino.  Todo dia. Todo dia. Mas fico louca, quando vem um PONTO DE INTERROGAÇÃO naquela linha pra assinar da agenda escolar. Como assim?  Então saio assinando tudo. As que não assinei e da vontade de garantir as futuras e assinar também. Afinal tia, eu sou uma boa mãe!!!! (ou será que ela acha que eu não to acompanhando?).

Meu filho, ainda anão amadureceu pra leitura. E me pego  pensando se fui eu que ensinei errado, ou se é da personalidade dele. Quando vem de lá: - Não entendi mãe. E eu: - Esta no texto! Leia! E ele: Eu li! Eu Li!!! Coitadinho leu, pensando lá na morte da bezerra. Talvez isso não seja tão interessante, e lá vai eu tentar “motivar” o menino, puxando a leitura...

Quando algumas mães vêm me contar que o filho leu isso e aquilo, sei lá quantos livros, eu me pergunto o que é que tem de errado com o meu. Até um segundo momento, ai me lembro de que cada um é um.

Ontem fiquei tão orgulhosa! Meu filho pegou um livro pra ler! Fomos à livraria e ele escolheu um! Até duvidei que desse continuidade (cá comigo) E lá foi ele lendo... Saiu das revistinhas em quadrinhos!! Levou até pro restaurante, e preferiu ficar lá lendo a ir pro brinquedo... Que felicidade!!!

Não sei quanto vai durar isso. Falta de estimulo não é, porque aqui em casa minha mãe devora livros, e eu adoro também.  Também não sei se estamos pondo muitas expectativas nesses pequenos. Criança tem que brincar muito, se relacionar. Ter experiências. Enfim. Blá-blá-blá.

Espero com sinceridade que dure e perdure. Nada melhor que um bom livro de companhia não é mesmo?  Mas essa é a MINHA opinião. Não sei se será a dele. Se não for, paciência mamãe.  Por que temos que enquadrar as pessoas?


sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Assustada e surtada!


Ultimamente  a população tem andado extremamente assustada. Todo mundo já esta careca de saber que vivemos um momento de total descaso e desamparo das autoridades. Estamos a ermo. Por nós mesmos. A violência impera. Mas às vezes a gente acha graça da desgraça, não é mesmo?

Depois que o perrengue passa você se cobra achando que estava exagerando. Mas sei não... Dia desses estava eu no meu carro, acompanhando no iphone  a famosa conversa no whatsapp, quando não mais que de repente um “cidadão”, passa a frente, com os “óios” compridos pra dentro do carro. Não tenho a felicidade (ainda) de ter a blindagem automobilística. (O blindado te garante, ao menos, dentro do carro, mas o trajeto ate ele...)  Pois bem,  o dito rapaz vinha comendo com os olhos meu telefone sabido. Putz. Fiquei bamba.... O coração dis-pa-rou!!  As mãos ficaram tremendo, e quando olhei de novo o dito passou do lado. Passou direto! Mas com um andar... Sabe aquele andar de malandro, se sacudindo de um lado pro outro? Poxa, só o andar dele denunciava. Fiquei resmungando, caralh... putz.. esse caboco não sabe andar não?  Devia aprender ao menos a andar!! Nem sei se o sujeito tinha a intenção do furto, ou se era desprovido de educação, ou de falta de oportunidade; mas o fato era que o jeito era todo. Quando o sinal abriu disparei. Trêmula.

Hoje em dia, não posso ver um motoqueiro, um ciclista, um rapaz andando torto, que já saio correndo.  Entregador nem se fala.  Com capacete, piorou. Ele precisa de identificação antes pra eu poder abrir a porta do salão. O homem fica lá de pé, olhando, e eu dentro pensando (já que ele não me vê):  Abro não, abro não... Não conheço...  Até que depois de uns 10 minutos esperando ele liga pro estabelecimento:- Não pediram farmácia aí? (Ai foi...)

O mais recente caso foi de uma cliente no salão. Sábado passado. Chegou lá, bateu, bateu e nada. Olhou e não viu ninguém dentro. Desesperada supôs ser um assalto. Voltou pro carro correndo, trancou a porta e Ligou pro ronda. A telefonista disse pra se acalmar, e dizer o que estava acontecendo. Ela disse que estava todo mundo (cliente, recepcionista, cabeleireira, ) trancado no banheiro.  Todo mundo agachado. Renderem todo mundo.  Estava tendo um assalto no salão, que pelo amor-de-deus mandasse urgente a viatura. Qual o endereço, por favor? Aí a moça do 190 lembrou que era 7 de setembro. O comércio não está fechado minha senhora?

É a situação ta preta. Pretinha. Todo mundo segurando suas bolsinhas. Andar a pé, nem pensar.  Se for caminhar, é tirar relógio pulseira, cordão, aliança. Se for a praia ponha o chip dentro de celular ching-ling e boa sorte - se esse não for também. Agora, tem um detalhe: papai sempre me  disse que a gente tem que ter o dinheiro do ladrão. Nem pense em não ter uma notinha de no minimo 20 reais no bolso ( pra não correr risco minha filha, do sujeito ter raiva de você não ter nada...).  Outra alternativa é ter no carro, a sua bolsa e  outra  “falsa”: Com um celular velhinho, uma carteira velhinha, uns cartões de crédito já vencidos,  um batom que comprou e não está usando mesmo...  Pode até por pedra. E se for muito espirituosa um recadinho: Te peguei!  

(Só de mal!)


Sâmia 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Coração de Mãe



Vira e mexe, estou no médico com meu filho.  Começa uma febre e lá vai eu de novo pra consulta com doutor.  Geralmente o diagnóstico é faringite, amigdalite ou gripe.  Já estou até dando o diagnóstico em casa, antes mesmo da confirmação.

Mas o que acomete um coração de mãe? De repente, num momento de insanidade temporária começo a pensar no mais trágico dos prognósticos. E se for algo não detectado pelo médico, uma doença rara, não diagnosticada corretamente. Tipo com a necessidade do Dr. House, pra descobrir o que a pessoa tem?

O Dr. Passa o exame de sangue para ter mais segurança no seu diagnóstico. Ai a mãe pensa: Meu deus, ele esta me escondendo algo? Não, não... Vamos deixar de exageros... A Outra voz da consciência negocia...

Daí você sai com a criança pro laboratório. O pobrezinho já sofre só de pensar na picada da agulha. Coração batendo forte, mãos suadas, choro... A mãe não pode fraquejar e briga com o menino dizendo que não é nada, que não vai doer que será mais rápido do que ele imagina.

Quando você encontra um enfermeiro “jeitoso” ele vai dizer que colocara anestesia no local. A criança, com sua linda inocência acredita... Você confirma e vamos lá. A avó espera o berro do menino fora da sala de retirar sangue, e graças as mãos do enfermeiro a picada foi “indolor”. O menino sai convicto que só fara novo exame quando tiver essa dita anestesia. Que álcool bendito esse...

O coração da mãe aflita, só sossegará com o resultado do exame. Existem mães que não dormem, e exageram mesmo.  Acho que estou no caminho do meio, entre o desespero maternal e a consciência firme.  Oscilando pra lá e pra cá... Difícil sossegar.

E será assim até o próximo dodói do menino.


Sâmia

domingo, 8 de setembro de 2013

Dia de Preguiça

Acho que eu sofro de preguicite aguda. Não que eu seja preguiçosa, longe disso, mas quando começo o dia sem um objetivo, provavelmente me esticarei mil vezes na cama. E me esticarei, e tomarei café e voltarei a dormir. Ligarei a Tv e com um olho aberto e outro fechado, um clique no controle, e entre um canal e outro, um soninho.

Ficar em casa tem algo de muito bom e satisfatório. Adoro curtir minha casa. Acabo indo pra cozinha, que é um prazer quando não se tem obrigação. E fazer umas comidinhas pra receber elogios é muito bom.

Me pego cozinhando e pondo a mesa. As vezes até para mim – sozinha. Ponho um bonito jogo de louça, com um belo jogo americano, uma taça combinando... E curto ali meu momento alimentício.

Ruim é se eu voltar pra cama... Ai, ai... Será mais um cochilo... E lá pras tantas, começo a pensar que estou perdendo um lindo dia de sol, ou de arrumação nas gavetas, ou de fotografias... Ai a cabeça se atormenta pra deixar a preguiça de lado. Levanta mulher!!! Quando enfim decido, lá estou eu, com todo pique, a ponto de ir correr quilômetros... Ufa!


 Ai  vejo o dia se esvaindo... Poxa,  demorei!!! Da próxima vez será diferente...






sábado, 7 de setembro de 2013

Decidir

Já vi Dr. Dráuzio Varela dizer que o mais importante para a psique do homem é o fator decidir. Decidir entre um novo caminho, mantê-lo ou deixa-lo. Ficar no meio do caminho, na encruzilhada, faz as pessoas adoecerem, provoca angustia e ansiedade.  Tenho aprendido a levar  muito a sério as palavras do Doutor.

Decidir significa que você tem que estar pronta pra desapegar, desprender, saber deixar.  O que para nós, seres humanos ocidentais, que fomos educados a crescer e adquirir, acrescentar e acumular, acaba sendo uma tortura. A gente cresce querendo TER a melhor boneca, que logo será substituída por outra. Daí pedíamos os patins, o bambolê, a turma da moranguinho, com todos os cheiros, a Emília e o feijãozinho, os lápis mais bacanas que as outras amiguinhas tinham...  Mais adiante um pouquinho, já maiorzinhas, passaríamos pros papéis de carta, depois o vídeo game (na época Atari)... E cada ano, nossa lista de desejos subia... Como mulheres, ai é que o negocio pega, porque acho que somos a mola mestra da economia. Consumimos tudo; sapatos, bolsas, roupas, maquiagem, acessórios, cosméticos, carros, casas. E dentro de cada item desses, uma infinidade de subitens.  Imagine então como é deixar para trás.

O sentido de DECIDIR, ou seja, optar e assim agir com o novo objetivo, muitas vezes significa que você terá também que abandonar e desvencilhar-se de algo, e isso pode ser seu sonho. Como dói.  O coração acelera, não dormimos a noite, e ficamos com um nó no peito. Aquilo que você está acostumado a ver e a ter, não será mais. Será? Será isso o melhor? Ou não? Poderei voltar atrás? O que fazer?  Os dias passam, as semanas, os meses, o ano... E perdemos tempo... E saúde...  Desistir de um sonho pode ser ele material ou não, com certeza é o mais doloroso.

Vamos ao analista, descobrir enfim, que o que precisávamos saber está dentro de nós. Só precisamos DECIDIR...   

E quando chega a hora, exatamente nesse momento entre o sim e o não, entre o ir ou ficar, descobrimos que o instante seguinte nos liberta.  Desvencilhamo-nos das amarras e vemos que fomos nós mesmos que amarramos nossos punhos.  Era tão simples! E fácil! Mais fácil do que se podia imaginar!!! Corra que a liberdade chegou!!!  Tão sábio esse Doutor!






domingo, 1 de setembro de 2013

Meu Aniversário

Este ano comemorei bastante meu aniversário. Aliás, por causa disso, nunca comi tanto bolo. Os parabéns surpresa foi o das minhas funcionárias da estética e da minha sócia. Achei muito fofo o marido dela sair de dentro do provador com um bolo.  Realmente muito carinhoso. E o cartão que recebi das meninas foi uma declaração desse carinho: feito com papel ofício, dobrado ao meio, com figuras de borboleta coladas, outra figura de uma executiva colada, muitos corações desenhados e muitos recadinhos carinhosos. Uma parada no dia pra pensar na outra pessoa é de uma delicadeza sem fim. Esse eu realmente amei.

Após almoço com minhas amigas CNMS, minha outra sócia, depois outro almoço com outras amigas, e uma reunião com a família, terminei minha jornada de comemorações. Acho que 1 kg mais fofinha...


CARTAO-ANIVERSARIO-QUE-ADOREI

                                                  BOLO-ANIVERSARIO-SURPRESA

Recebi muitas declarações de carinho e de amizade, desejos de felicidades, e fiquei muito feliz com o buquê de flores que recebi no restaurante enviado pelo namorido.  Mas, percebi que a maioria dessas mensagens veio por facebook ou whatsapp.  Gostei de uma ouvi e assino em baixo: “Em terra de whatsapp, uma ligação é declaração de amor”.

Nestes tempos modernistas estamos esquecendo de que existem PESSOAS por trás dessas teclinhas e telinhas. É um tempo que mudou em pouco tempo, e que às vezes ainda me pego “acostumando” com a coisa...

De fato adorei todas as manifestações de carinho, de qualquer forma que tenham chegado; sei que as pessoas pararam pra pensar em mim, nem que por um minutinho que seja... Faz bem pra autoestima e recarrega a nova idade!!! 

Beijinhos!!

Sâmia

BUQUE-DE-FLORES
BOLO-DE-ANIVERSARIO

           
                                NAMORIDO-JANTAR                                IRMA-AMADA