Já vi Dr. Dráuzio Varela dizer
que o mais importante para a psique do homem é o fator decidir. Decidir
entre um novo caminho, mantê-lo ou deixa-lo. Ficar no meio do caminho, na encruzilhada,
faz as pessoas adoecerem, provoca angustia e ansiedade. Tenho aprendido a levar muito a sério as palavras
do Doutor.
Decidir significa que você tem
que estar pronta pra desapegar, desprender, saber deixar. O que para nós, seres humanos ocidentais, que fomos
educados a crescer e adquirir, acrescentar e acumular, acaba sendo uma tortura.
A gente cresce querendo TER a melhor boneca, que logo será substituída por
outra. Daí pedíamos os patins, o bambolê,
a turma da moranguinho, com todos os cheiros, a Emília e o feijãozinho, os lápis
mais bacanas que as outras amiguinhas tinham...
Mais adiante um pouquinho, já maiorzinhas, passaríamos pros papéis de
carta, depois o vídeo game (na época Atari)... E cada ano, nossa lista de
desejos subia... Como mulheres, ai é que o negocio pega, porque acho que somos
a mola mestra da economia. Consumimos tudo; sapatos, bolsas, roupas, maquiagem, acessórios,
cosméticos, carros, casas. E dentro de cada item desses, uma infinidade de
subitens. Imagine então como é deixar
para trás.
O sentido de DECIDIR, ou seja,
optar e assim agir com o novo objetivo, muitas vezes significa que você terá também
que abandonar e desvencilhar-se de algo, e isso pode ser seu sonho. Como dói. O coração acelera, não dormimos a noite, e
ficamos com um nó no peito. Aquilo que você está acostumado a ver e a ter, não será
mais. Será? Será isso o melhor? Ou não? Poderei voltar atrás? O que fazer? Os dias passam, as semanas, os meses, o ano... E
perdemos tempo... E saúde... Desistir de
um sonho pode ser ele material ou não, com certeza é o mais doloroso.
Vamos ao analista, descobrir
enfim, que o que precisávamos saber está dentro de nós. Só precisamos
DECIDIR...
E quando chega a hora, exatamente
nesse momento entre o sim e o não, entre o ir ou ficar, descobrimos que o
instante seguinte nos liberta. Desvencilhamo-nos
das amarras e vemos que fomos nós mesmos que amarramos nossos punhos. Era tão simples! E fácil! Mais fácil do
que se podia imaginar!!! Corra que a liberdade chegou!!! Tão sábio esse Doutor!
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