segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Cliente de salão

Ter um salão é no mínimo um desafio. Somos heróis da resistência. Principalmente se você não é do “ramo”: Não sei cortar cabelo, colorir ou fazer mechas. Nem Penteado.  Recebi apenas o dom de maquiar, na qual o exerci por um curto espaço de  tempo (no salão digo, porque que pessoalmente a-do-ro). Fiz Work shop de cabeleireiros, cursos de aperfeiçoamento pra entender do negócio. Dai posso dizer que hoje “manjo” bem a coisa, só que não executo pessoalmente...    

Ao longo de 15 anos, o mercado mudou muito. Deixou de ser “amador”.  Lembro-me de no inicio as pessoas sentirem certo desprezo  quando eu falava que tinha um salão de beleza. Era como se fosse decadente, coisa pra desocupados. Eu tinha lá os meus vinte e poucos, recém formada e cara de “play”. A dona do ponto não botava fé que durasse 6 meses. Já estamos com 15...  Só que anos...

Debutamos esse ano com muito orgulho. Tenho mesmo um orgulho danado desse meu negócio. Não é fácil. Lidar com gente é difícil. E temos gente por todos os lados, pois meu “produto” fala, sente, reclama, tem dor de dente, engravida, falta a “prateleira”. E além de tudo, é meu próprio concorrente. E temos gente na frente, o principal, o cliente. Ele pode tudo. E pode falar tudo que pensa também, sem nem dar chance de me desculpar, caso alguma coisa tenha saído diferente do esperado. Alguma coisa lê-se: atendimento. E vamos que vamos!

O bom é quando você troca de lado. Ser o cliente. Certa vez em São Paulo, minha sócia disse que eu estava com “caspa”. Ui! Como assim?? Acho que era por causa do shampoo, creme, sei lá. Eu estava em pleno Bom Retiro, comprando pra loja. Imagina o “naipe” dos salões do lugar. Só que no desespero, eu queira lavar os cabelos, e não seria possível que um serviço básico desse, não fosse razoável. Pois bem, nossa representante nos levou a uns 5 salões ali perto. Sério. O povo bomba lá. Todos estavam comprometidos com hora marcada. Estou “esperando cliente” , falavam. Lá todo mundo marca hora e pronto. Até nos salões periféricos, digamos. Detalhe que não tinha ninguém nos salões, só o cabeleireiro e a manicure. Tudo bem. Fomos procurar alguém disponível.

No quinto lugar que chegamos finalmente a moça disse que me atendia. Pensei em comprar qualquer shampoo na farmácia e lavar no hotel pra resolver o problema, mas não sei o que me deu pra eu esperar ali. A moça que iria me atender estava lá fazendo o pé, com outra moça.  E eu esperava sentadinha, sem saber quem iria me atender. Depois de uns 25 minutos sentada,  perguntei: quem vai me atender?  E a dita que estava fazendo as unhas com o pé na bacia disse que seria ela. “Estou indo” disse.  De repente, a manicure levanta da cadeirinha, pega toda a água oriunda da lavagem do pé da cabeleireira, com cutículas e tudo mais e joga dentro do lavatório. O que???  Eu vi isso mesmo ???? Ela jogou a agua do pé lá onde eu vou lavar o cabelo??? E nem lavou as mãos, voltou estendendo a toalha no lavatório e perguntado: quem vai primeiro??? Olhei de lado pra minha sócia perguntando: Ela jogou mesmo a agua ali???? E começou a rir. E eu caí na gargalhada. Ri uns 5 minutos...

Minha sócia me empurrou pra mulher, e lá fui eu acredita??? Fui lavar meu cabelinho naquele lavatório chulezento!! Putz! Não disse nada. Nadinha. Fiquei quietinha, muda.  Paguei a escova e sai dali  horrorizada. Doida pra lavar o cabelo no hotel...

Mas o que aprendi naquele lugar, é que falta mesmo é educação sabe. Básico. Básico. Mínimo de higiene aprendida na infância...  E que tem cliente que não gosta do serviço, não volta e  não fala que não gostou. Fui assim lá naquele salãozinho.. Poderia ter dado um feed back não era? Ao menos dito pra lavar o lavatório com água quente...


Por favor, amigas e clientes, não deixem de me dizer algo que eu precise saber!!!

Beijinhos!

Sâmia


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