Ter um salão é no mínimo um
desafio. Somos heróis da resistência. Principalmente se você não é do “ramo”: Não
sei cortar cabelo, colorir ou fazer mechas. Nem Penteado. Recebi apenas o dom de maquiar, na qual o exerci
por um curto espaço de tempo (no salão
digo, porque que pessoalmente a-do-ro). Fiz Work shop de cabeleireiros,
cursos de aperfeiçoamento pra entender do negócio. Dai posso dizer que hoje “manjo”
bem a coisa, só que não executo pessoalmente...
Ao longo de 15 anos, o mercado
mudou muito. Deixou de ser “amador”. Lembro-me
de no inicio as pessoas sentirem certo desprezo quando eu falava que tinha um salão de beleza.
Era como se fosse decadente, coisa pra desocupados. Eu tinha lá os meus vinte e
poucos, recém formada e cara de “play”. A dona do ponto não botava fé que
durasse 6 meses. Já estamos com 15... Só
que anos...
Debutamos esse ano com muito
orgulho. Tenho mesmo um orgulho danado desse meu negócio. Não é fácil. Lidar
com gente é difícil. E temos gente por todos os lados, pois meu “produto” fala,
sente, reclama, tem dor de dente, engravida, falta a “prateleira”. E além de
tudo, é meu próprio concorrente. E temos gente na frente, o principal, o
cliente. Ele pode tudo. E pode falar tudo que pensa também, sem nem dar chance
de me desculpar, caso alguma coisa tenha saído diferente do esperado. Alguma
coisa lê-se: atendimento. E vamos que vamos!
O bom é quando você troca de
lado. Ser o cliente. Certa vez em São Paulo, minha sócia disse que eu estava
com “caspa”. Ui! Como assim?? Acho que era por causa do shampoo, creme, sei lá.
Eu estava em pleno Bom Retiro, comprando pra loja. Imagina o “naipe” dos salões
do lugar. Só que no desespero, eu queira lavar os cabelos, e não seria possível
que um serviço básico desse, não fosse razoável. Pois bem, nossa representante
nos levou a uns 5 salões ali perto. Sério. O povo bomba lá. Todos estavam
comprometidos com hora marcada. Estou “esperando cliente” , falavam. Lá todo
mundo marca hora e pronto. Até nos salões periféricos, digamos. Detalhe que não
tinha ninguém nos salões, só o cabeleireiro e a manicure. Tudo bem. Fomos
procurar alguém disponível.
No quinto lugar que chegamos
finalmente a moça disse que me atendia. Pensei em comprar qualquer shampoo na farmácia
e lavar no hotel pra resolver o problema, mas não sei o que me deu pra eu
esperar ali. A moça que iria me atender estava lá fazendo o pé, com outra moça.
E eu esperava sentadinha, sem saber quem
iria me atender. Depois de uns 25 minutos sentada, perguntei: quem vai me atender? E a dita que estava fazendo as unhas com o pé
na bacia disse que seria ela. “Estou indo” disse. De repente, a manicure levanta da cadeirinha,
pega toda a água oriunda da lavagem do pé da cabeleireira, com cutículas e tudo
mais e joga dentro do lavatório. O que??? Eu vi isso mesmo ???? Ela jogou a agua do pé lá
onde eu vou lavar o cabelo??? E nem lavou as mãos, voltou estendendo a toalha
no lavatório e perguntado: quem vai primeiro??? Olhei de lado pra minha sócia
perguntando: Ela jogou mesmo a agua ali???? E começou a rir. E eu caí na
gargalhada. Ri uns 5 minutos...
Minha sócia me empurrou pra
mulher, e lá fui eu acredita??? Fui lavar meu cabelinho naquele lavatório chulezento!!
Putz! Não disse nada. Nadinha. Fiquei quietinha, muda. Paguei a escova e sai dali horrorizada. Doida pra lavar o cabelo no
hotel...
Mas o que aprendi naquele lugar,
é que falta mesmo é educação sabe. Básico. Básico. Mínimo de higiene aprendida
na infância... E que tem cliente que não
gosta do serviço, não volta e não fala
que não gostou. Fui assim lá naquele salãozinho.. Poderia ter dado um feed back
não era? Ao menos dito pra lavar o lavatório com água quente...
Por favor, amigas e clientes, não deixem de me dizer algo que
eu precise saber!!!
Beijinhos!
Sâmia
Beijinhos!
Sâmia
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